sábado, 21 de agosto de 2010

CAPITULO 2 - 1994 (CONTINUAÇÃO)

Em meio a goles e mais goles de uma mistura de bebidas,Eduarda experimentava pela primeira vez a sensação de estar bêbada,nada agradavél por sinal,quando a latinha de ''Coca-Cola'' onde ela havia misturado as bebidas estava a dois dedos do fim,ela não tinha mais consciência do que fazia,seus sentidos não correspondiam ,seus membros não obedeciam mais aos seus comandos,sua visão estava manchada como um filtro de café após o uso,mas Eduarda queria mais,apenas a sensação de estar bêbada não a satisfazia completamente e por isso ela foi mais além.Então saiu e desceu as escadas da casa onde morava,uma casa não tão simples pois sua família tinha ''cacife'' para esbanjar alguns luxos,por mais que fossem poucos.Quando Eduarda estava quase no fim da caminhada pela escada,o que parecia praticamente impossível devido ao estado em que ela se encontrava,ela se desequilibrou e caíu degraus abaixo,sem ter  mais nenhum vestígio de lucidez,ela se levantava ainda tonta da queda.Enfim acabaram-se os degraus,agora a batalha seria chegar até a porta da sala,um caminho um tanto quanto longo e por vezes Eduarda esbarrava em algum móvel da sala.Antes de sair,ela foi onde seu pai guardava as bebida e afanou-lhe uma garrafa de conhaque que ainda se mantinha intácta e lacrada e nesse espaço de tempo,ela comete um deslize e derruba um copo.Seu estado de embriaguez era tão alto que ela fazia para si mesma o gesto de silêncio,seguido de alguns tapas no rostos e diversas gargalhadas.Já era tarde da noite e o copo que ela tinha derrubado quebrava o silêncio e também o sono do seu pai,que andava sonolento para ver o que tinha acontecido,Eduarda se escondeu espremida entre os canos da pia e os produtos de limpeza,pela brecha da portinha ela vía seu pai mexer nos armários e se controlava o máximo para não explodir as risadas contidas fortemente pela suas mãos que tapavam sua boca.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

CAPITULO 2 - 1994.

15 de Agosto de 1994.Marcos era um adolescente comum,boas notas,não usava drogas,era educado enfim o filho perfeito,pelo menos aos olhos de sua mãe que mostrava seu filho para suas amigas mais como um troféu do que como um ser humano e seu filho o que era mais importante.Eduarda 17 anos uma jovem completamente fora do padrão,usuária de drogas,rebelde,a maior parte do tempo estava drogada e quando não,usava seu corpo como ferramenta para ganhar dinheiro e comprar mais drogas.Induzida por más companhias,aquela jovem garota que poderia ter um futuro brilhante,jogava tudo no lixo por um prazer momentâneo que a droga lhe proporcionava.Marcos e Eduarda,duas vidas completamente distintas e sem chance alguma de um dia se cruzarem,o que eles não sabiam era que o destino preparou para ambos uma surpresinha nada agradável.

CAPITULO 1 - Lembranças, apenas lembranças. (CONTINUAÇÃO)

Ainda no carro,o celular toca e Eduarda atende com um certo receio a ligação,que para seu alívio era apenas a sua secretária confirmando seus compromissos na segunda,de volta para o seu apartamento ela remexe as gavetas do armário na cozinha, procurando o que para ela era como uma válvula de escape,uma solução momentânea para os seu problemas,em uma mão um cigarro na outra dois comprimidos de um calmante que tinha como efeito colateral provocar um sono profundo no indivíduo que o ingerisse.Em uma última tragada,Eduarda abandonava o cigarro no cinzeiro em cima da mesinha ao lado da cama.Ela preferia induzir seu sono a ter que ficar esperando ele chegar e nesse meio tempo ficar pensando no tal telefonema.Ela só queria terminar o dia mais rápido,talvez aquela não fosse a melhor maneira mais ela precisava se excluir do mundo nem que fosse por algumas horas.Em seu escritório,pilhas de relatórios como sempre,e pela primeira vez em anos de trabalho como editora chefe ela agradecia por ter tantos afazeres.Naquele momento sua secretária entrava na sala trazendo em suas mãos um pequeno papel verde,no qual tinha um recado que parecia ser inofensivo, ao ler o que estava no papel Eduarda parou por alguns instantes e novamente o medo invadia os sentimentos de Eduarda.No bilhete o seguinte recado:
       EU SEI O QUE VOCÊ FEZ E VOCÊ SABE.
    QUEM EU SOU NÃO INTERESSA AGORA
      ME ESPERE HOJE NO SEU APARTAMENTO
     E NÃO ADIANTA FUGIR  DE MIM SEMPRE SEI
         AONDE VOCÊ VAI ESTAR.... B.

domingo, 8 de agosto de 2010

CAPITULO 1 - Lembranças, apenas lembranças. (CONTINUAÇÃO)

Na tarde de domingo Eduarda olhava ao seu redor e nada via além de móveis e objetos,e o apartamento que antes parecia pequeno se tornava enorme por conta do vazio e da solidão que se  estampava  em cada centímetro daquele cubículo.Tragando intensamente um cigarro ela parecia estar procurando fôlego,ar,oxigênio a cada tragada e quando soltava o que havia tragado não era uma fumaça comum era um alívio,um refúgio ou simplesmente um grito abafado de desespero.E dentro do seu íntimo ela sabia o que tinha de ser feito,porém não fazia,talvez houvesse medo de voltar ou a vontade não fosse suficiente ao ponto de fazê-la voltar e tentar concertar o que tinha deixado no passado.O telefone toca e Eduarda ainda debilitada por conta da ressaca,dirige seu corpo lentamente para sala onde o telefone toca insistentemente.- Alô? - Que-Quem fala?...  - Quem é você?Um frio inesplicável subiu da ponta dos dedos de seus pés até a sua cabeça,quase sem voz ela ainda tentava pronunciar alguma palavra.Suas tentativas foram em vão,quando enfim ela conseguiu falar o outro alguém na linha havia desligado.Atônita Eduarda não raciocinava,pegou a chave do carro e saiu.Para onde não se sabe,nem ela mesma sabia.Andava em círculos pelas ruas de Amisterdã.O passado voltara de vez e queria puxá-la de volta,mas ela lutava o quanto podia,mesmo sendo uma disputa desigual e mesmo ela sabendo quem iria vencer...

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Capitulo1 - Lembranças,apenas lembranças.

Não,ela não sabia que o que antes parecia ser apenas uma lembrança esquecida voltaria com tamanha intensidade ao ponto de incitar seu subconsciente e trazer para o presente um passado intrigante. Com os olhos fitos no delicado rádio relógio deixado sobre uma mesinha ao lado de sua cama,Eduarda sintonizava a rádio em um canal que a fizesse relaxar,já que estava acordada no meio daquela madrugada fria e silenciosa de uma terça-feira por seus pensamentos que a deixavam confusa e inquieta,o que não era surpresa pois costumava sentir isso com frequência,frequência essa adquirida durante alguns dias da semana anterior,quando um certo alguém trouxe de volta aos seus  confusos pensamentos um passado em que ela desejava nunca ter vivido.Por entre as frestas da janela de seu apartamento,um tímido feixe de luz ousava refletir na parede do quarto,que antes fora pintado apenas pela escuridão de mais uma noite fria e tranquila.Eduarda olhou para o rádio relógio que marcava exatamente 5:58 da manhã,aquele pequeno feixe trazia consigo mais um dia onde ela recusava se levantar e abandonar aconchego de suas cobertas quentinhas e sua cama macia,prolongando aquele gostoso cochilo até que o sol se mostrasse por completo e invadisse todo o interior de seu quarto.Ao som de ''SEX PISTOLS'' Eduarda se arrumava enquanto bebia goles de suco e procurava a  chave do carro.Na saída do prédio ela recebeu o jornal do porteiro e devolveu um meio sorriso sentindo que aquele senhor passava uma imagem paterna,algo fraternal,que ela gostava de sentir de vez em quando.No escritório, a imensa pilha de relatórios a mantinha ocupada e distante do passado que insistia em se tornar bastante presente.Como em um estalar de dedos a semana passou rapidamente,a redenção do trabalho,o dia mais desejado por cada trabalhador,sim o final de semana onde Eduarda saía do mundo real e mergulhava em uma vida agitada,baladas,drink's,música alta...No copo uma vodka,no som''MADONNA''invadia e penetrava cada parede daquela boate,e Eduarda se jogava naquele balanço como em um balett  confuso cheio de encontros e desencontros,seus pés pareciam flutuar em meio aqueles corpos agitados,flashes de luzes faziam com que os corpos se mexessem sincronizadamente a cada fraçao de segundo,toda aquela agitação deixava o ambiente com um leve toque de libertinagem,típico das ruas de Amsterdã.Exatamente como um cigarro meio tragado sento largado em uma poça de gasolina resumia aquela noite para ela.